terça-feira, 7 de agosto de 2012

título que eu quero dar por algum motivo obscuro


todo rompimento vai ser do mesmo jeito?
duvido. afinal, a gente sempre duvida. a última experiência (que deixou feridas) sempre é a que mais nos fez sofrer. mas essa é do tipo em que vou envelhecer e dizer que aquela é a garota que eu sempre amei.
as cartas, as músicas, as promessas e as lembranças. estarão sempre aqui, não tento sem sucesso jogar minhas memórias no lixo. essas, não outras. essas. como gostaria de que essas fossem reais assim como as vi. aliás, se o modo como as vi não bate com as realidades, então ou não chego perto de compreendê-las (bastante provável) ou o que eu vi não passou perto da realidade (também bastante provável).

o que é a realidade? a realidade é o que eu quero fotografar antes de fotografar. que eu quero escrever antes de escrever. a realidade além de tudo é algo que acontece independente de como a compreendemos. se a compreendemos, ela não é realidade. isto chama-se idealidade.

a minha idealidade é que você é tudo pra mim. a minha idealidade é dizer que não quero que você leia isso, mesmo querendo. é dizer que quero, mesmo não querendo. é dizer que quero, querendo. é dizer que não quero, não querendo. é que, a partir do momento que digo, deixa de ser a verdade. passa a ser somente a verdade que quero criar.

o meu karma é escrever tudo que me vem a cabeça, trazendo a idealidade sobre os fatos pra perto ou afastado-a. é escrever as nossas lembranças em papéis que não serão lidos (mas que eu queria que você de certa forma soubesse).

a minha idealidade poderia melhor representar a minha realidade caso eu conseguisse produzir algo diretamente com o que eu sinto, ouço, cheiro, toco e vejo. mas a graça está em tentar representar ela na maneira das linguagens que temos. as vezes queria poder fotografar o que os meus olhos estão vendo. - mesmo que eu esteja com a câmera, a fotografia não vai sair com o reflexo do meu rosto me encarando na parte escura do visor da mesma. por outro lado, até gosto desse limite da produção. mas também gosto de escrever sobre ele.

a realidade é que nós nunca vamos nos aproximar da realidade do que eu sinto por você, mas sei que sem juízo algum, deixei chegar nisso. na esperança colorida de um mundo cinza. não somente pelo nossos costumes e memórias, mas pela sua arte que me encanta.

a realidade é que mesmo consertando o que agora está quebrado, ainda não me satisfaria. mesmo ela hoje tendo deixado a estação dela passar de propósito. você não é uma peça quebrada no meu mosaico. nunca esteve comigo por completa. nunca fez parte dele, logo, não pode ser peça quebrada ou peça faltando. você também não é uma peça a mais no meu mosaico, aquela que não se encaixa. você o colore diferente, o leva para outras realidades. pra nossa idealidade. transformei tua imagem metamórfica no meu motor. motor que não pergunta e/ou não entende como o resto da máquina funciona.

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