quarta-feira, 23 de outubro de 2013

rótulo provisório (não escrevi o que queria escrever, mas o que passei a querer)

pré-textos são ideias que acontecem depois da ideia de escrever algum texto, e sempre iniciam minhas postagens/textos. preciso dessas ideias pra contextualizar, mas os textos também funcionam independentemente. sendo assim, não são nada mais que uma captura a mais e ao redor daquele momento em que quis escrever.

e esse é o dessa vez: busquei, na minha mochila, uma caneta pra escrever. abri a pasta que coloquei de volta aqui há pouco tempo, pra ver se tinha uma caneta ali, mas só encontrei um lápis. o fato é que eu gosto de escrever/desenhar e marcar o que sou temporalmente, com caneta, não com lápis, que eu posso corrigir o erro, mas ele não estará mais tão presente visivelmente como com uma caneta, que ao riscar uma palavra/frase pra dizer que não serve praquela ideia, sou lembrado dos conflitos que me levaram a uma melhor perspectiva daquela ideal captura. inclusive, agora que estou digitando o texto no pc, to encontrando diversas rasuras nas ideias.

enquanto buscava a caneta na pasta, pensei na diferença sistemática que dou pras coisas que guardo na minha mochila. ora veja: ano passado inteiro andei com essa pasta na mochila. ela contém o quê? ou coisas importantes para serem carregadas no dia-a-dia (como textos/instruções sobre coisas que utilizo no dia-a-dia) ou coisas que eu não terminei de ler. o foda é que eu nunca termino, enche a mochila de coisas que eu também não li, também não quero que amasse, mas fora da mochila, porque são "atuais demais" praquela pasta, mas leio, pois está fora. é como um engavetamento, pensando por "logísticas" de um dia-a-dia mecânico.

aproveitei que peguei a pasta - pra procurar a caneta pra escrever (no caderno) - e guardei todos os textos soltos que estavam espalhados no meio das páginas do meu caderno. assim, encontrei um texto que me contempla ideologicamente e pensei em dar pra pessoa do meu lado no busão (engraçado que a partir dessa última palavra "pessoa", começa uma nova página aqui no caderno, despertando a ideia de que se a pessoa ao lado quiser olhar pra cá e começar a ler, vai ler sobre eu falando sobre ela),  assim como já havia feito outra vez, mas dessa vez em troca eu ia pedir uma caneta emprestada. então, antes de colocar em prática, encontrei Esta caneta que vos fala. ainda assim, senti que houve troca entre mim e a moça, porque ao oferecer o texto à ela, ela me respondeu aceitando-o e lendo, algo que já me felicita. - pensar sobre como minha interferência no seu dia-a-dia mecânico vai se dar, a partir de agora, na sua vida, e chegar a conclusão de que é uma incógnita e que eu agi interferindo no espaço/tempo e gerando um conflito com noções nulas de resultado, é um grande passo pra experimentar a noção do "existir".

voltando à caneta, lembrei que enquanto procurava por ela, pensei: "uma caneta ou ideia de caneta". ideia de caneta, algo que me possa dar um resultado como o da caneta, a partir da abstração do nome do objeto à ele. escrever o que penso também tem a ver com isso, não sigo uma ordem perfeita para o entendimento de cada coisa dita, mas capturo, também, como uma pessoa com dúvidas. tenho mais dúvidas sobre o que escrevo do que as pessoas que estão lendo essa confusão toda.

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