terça-feira, 21 de setembro de 2010

uma adocicada seria bom

-gente, beijo. até mais. - é assim que começa mais um dos meus dias salgados - como almoço e janta - sem que o anterior termine.
não consigo encerrar o dia pois passo todo o fim dele a procura de algo doce. os dias se acumulam nas minhas costas. não há intervalo entre um e o outro.
assim, perco tudo que  há de mais doce no dia, o fim dele. ou seja: o sono. o sono é doce. é suave de maneira infinita e momentânea. assim como a morte e toda a verdade do mundo.
sou obrigado então, nos finais de semana, a encerrar todos os dias anteriores. os processos. sou obrigado a num passe de mágica, abrir um novo processo para a semana seguinte. mas não encerro o anterior de maneira adocicada! ah não. encerro de maneira salgada - como almoço e janta - fingindo pra mim mesmo que não.
mas sei que não é doce realizar tarefas atrasadas. o doce desses dias está nos risos e sorrisos. nos abraços e amassos.
nesse caso, se encerro os dias, perco todo o doce. se me delicio com os doces, tenho que tentar não dar pane na semana seguinte. afinal, quem aguenta 2 semanas num único dia? há quem aguente, mas o gosto é azedo.
mas sempre aparecem aqueles momentos. ah esses momentos! os agridoces! esses sim são os melhores momentos que qualquer homem pode desejar! tive deles hoje, ao encontrar amigos e sentir aquele gostinho doce, mesmo com toda a acidez do dia. mas lhes digo uma coisa: não fiquem ansiosos pelos momentos agridoces, porque assim eles nunca chegam. e quando deveriam chegar, chegam no máximo doces.
e assim numa mistura de sabores, concluo que minha vida está destinada a ser salgada. assim como o almoço e a janta.
mas tem um momento, - o encontro dentro de todas essas limitações - que sem ele eu não aguentaria. não é o melhor momento que eu poderia ter, mas me salva constantemente. tento me contentar com ele. (afinal a gente sempre se adapta a tudo.) e é a esse momento que eu dou o nome de amargo.

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