esta sim. endereçada.
Rua Coronel Etelvino Porto, nº 142, casa 2.
engraçado, quase curioso, pensar ser a segunda vez ver a sua morada no mesmo CEP que o dele.
hoje, vazio de amor, este endereço possui apenas interrogações que ele não faz questão que deixem de ser apenas interrogações.
engraçado, quase curioso, notar que ao escrever esse verso, passa, por meio de um transporte público, na travessa da sua atual morada.
hoje, vazio de conforto, fica a saudade do sofá. da cama, dos posteres e de como aquilo o fazia se sentir em casa.
não estava longe dela. este endereço ficava apenas a 10 passos, uma coçada, um grito (pois a campainha derrubava a internet) e uma olhada pro chão, da sua casa.
amor, não diretamente declarado, era o que sentia em reciprocidade.
conforto, por resultado, sua maior conquista. uma conquista que desde que o abandonou separando morada e morador, fez tornar engraçado, quase curioso, o rumo que sua vida tomou e o fato de ser o único bem a querer vir a conquistar.
sábado, 22 de outubro de 2011
Deus (pareceu bem melhor na minha cabeça)
salvei, creio eu, um cachorro.
desci do ônibus e duas coisas tiraram a minha concentração -que por sinal estava no Waited Up 'til it was Light do Johnny Foreigner-. a primeira foi um cara querendo puxar assunto, provavelmente com o intuito de me tirar algum pertence, que desviou o olhar logo que o encarei. nada de mais, foi a segunda que me fez escrever: um cachorro sendo arremessado pra frente por um carro, em plena -e movimentada- Avenida São Miguel.
atravessei a avenida e rapidamente o tirei dali. o coloquei no espaço seguro que há entre as vias da avenida, o qual agora me foge o nome. esperei, segurando-o, pela via livre para atravessar. aliás, segurando-a. era uma cadela. (que logo depois descobri que havia dado cria há alguns dias). atravessei-a e, na rua, já havia se formado uma multidão. ouvi uma voz irritante. "é meu. é minha, a cachorra é minha. sou a dona." a velha gorda se aproxima.
atravesso, após pedidos, a cachorra pro outro lado da avenida. quis sim, cuidar da cachorra. e foi isso que me espantou, da maneira mais imatura possível, ao esperar (ou não esperar nada) um "brigado viu moço" e ouvir um "graças a Deus, glórias a ele."
imaturidade minha ter me espantado e dito "quem salvou a cachorra fui eu".
e como ela está? tem uns cortes no rosto e sente dores pelo corpo. ah, está bem. eu, Deus, estou tomando providências.
desci do ônibus e duas coisas tiraram a minha concentração -que por sinal estava no Waited Up 'til it was Light do Johnny Foreigner-. a primeira foi um cara querendo puxar assunto, provavelmente com o intuito de me tirar algum pertence, que desviou o olhar logo que o encarei. nada de mais, foi a segunda que me fez escrever: um cachorro sendo arremessado pra frente por um carro, em plena -e movimentada- Avenida São Miguel.
atravessei a avenida e rapidamente o tirei dali. o coloquei no espaço seguro que há entre as vias da avenida, o qual agora me foge o nome. esperei, segurando-o, pela via livre para atravessar. aliás, segurando-a. era uma cadela. (que logo depois descobri que havia dado cria há alguns dias). atravessei-a e, na rua, já havia se formado uma multidão. ouvi uma voz irritante. "é meu. é minha, a cachorra é minha. sou a dona." a velha gorda se aproxima.
atravesso, após pedidos, a cachorra pro outro lado da avenida. quis sim, cuidar da cachorra. e foi isso que me espantou, da maneira mais imatura possível, ao esperar (ou não esperar nada) um "brigado viu moço" e ouvir um "graças a Deus, glórias a ele."
imaturidade minha ter me espantado e dito "quem salvou a cachorra fui eu".
e como ela está? tem uns cortes no rosto e sente dores pelo corpo. ah, está bem. eu, Deus, estou tomando providências.
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
já tinha se acostumado com o seco, já que os incêndios do nulo me ajudam a suar
eu tenho a necessidade de escrever essa carta.
endereçada? talvez. não diria.
afinal, de quê serve botar algo no papel se não vai pra ninguém?
pergunta recorrente que sempre me volta com uma resposta diferente. (o que não significa que sejam contraditórias - no caso, apenas complementares)
se expressar, descarregar tramas e dramas? sim, por que não?
mas hoje cheguei a conclusão de que fazer arte é uma forma de fazer-se humano.
óbvio, eu sei. mas eu nunca tinha visto por esse lado.
construir-se humano. dar uma forma ao eu lírico e/ou simplesmente autor da determinada obra.
reproduzir-se humano. reproduzir-se de todas as formas que o humano pode tomar: selvagem e primitiva, carente e afável, doce e receptivo, egoísta ou caridoso (por mais que tudo isso na verdade gire em torno do ego), dentre outras formas.
mostrar-se humano. dar valor artístico a um comportamento humano faz melhor ser entendido, não faz? um pouco de nós sempre busca aceitação, mesmo que seja a nossa própria aceitação após ler o texto e pensar "viu só? faz sentido."
livrar-se do humano. é pesado carregar tudo isso, não? o mundo não tem espaço pras suas lamentações - é na arte que você, em parte, se livra delas. se livra e está pronto para viver por aí se adequando aos outros, até que algo te atormenta (pro "bem" ou pro "mal") novamente e te faz botar no papel alguma coisa.
apesar que, pensando bem, eu posso estar errado. isso deveria fazer de mim uma pessoa mais leve que as pessoas que não se fazem de arte, não deveria?
bom, quem vai dizer que não é assim? são só pontos de vista.
endereçada? talvez. não diria.
afinal, de quê serve botar algo no papel se não vai pra ninguém?
pergunta recorrente que sempre me volta com uma resposta diferente. (o que não significa que sejam contraditórias - no caso, apenas complementares)
se expressar, descarregar tramas e dramas? sim, por que não?
mas hoje cheguei a conclusão de que fazer arte é uma forma de fazer-se humano.
óbvio, eu sei. mas eu nunca tinha visto por esse lado.
construir-se humano. dar uma forma ao eu lírico e/ou simplesmente autor da determinada obra.
reproduzir-se humano. reproduzir-se de todas as formas que o humano pode tomar: selvagem e primitiva, carente e afável, doce e receptivo, egoísta ou caridoso (por mais que tudo isso na verdade gire em torno do ego), dentre outras formas.
mostrar-se humano. dar valor artístico a um comportamento humano faz melhor ser entendido, não faz? um pouco de nós sempre busca aceitação, mesmo que seja a nossa própria aceitação após ler o texto e pensar "viu só? faz sentido."
livrar-se do humano. é pesado carregar tudo isso, não? o mundo não tem espaço pras suas lamentações - é na arte que você, em parte, se livra delas. se livra e está pronto para viver por aí se adequando aos outros, até que algo te atormenta (pro "bem" ou pro "mal") novamente e te faz botar no papel alguma coisa.
apesar que, pensando bem, eu posso estar errado. isso deveria fazer de mim uma pessoa mais leve que as pessoas que não se fazem de arte, não deveria?
bom, quem vai dizer que não é assim? são só pontos de vista.
sábado, 1 de outubro de 2011
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
uma percepção não tão inútil
sou fã de música. só penso nisso. vivo em função disso. me recordo dos meus 5, 6 anos, ouvindo Jagged Little Pill (Alanis Morissette) e No Need To Argue (Cranberries), que eram discos do meu tio. bons tempos, deitava e deixava o disco inteiro rolar. não tinha visão de mundo, não sabia o que acontecia por aí, esses 2 únicos discos me bastavam. diferente de hoje, não era viciado em buscar informação, minha ansiedade ainda não tava tão bem estabelecida.
ansiedade, uma dos problemas que muita gente enfrenta principalmente por morar em cidade grande e consequentemente ser "vítima" da globalização. ser obrigado a estar de pé desde cedo, correr para que tudo dê certo, ter pressa na maioria dos feitos, fazer cara bonita pra não se foder, disfarçar seus gostos e vontades e, ao mesmo tempo, receber e digerir toda a informação que nos chega, são, respectivamente, o que esses fatos nos trazem.
sou uma vítima da ansiedade. não só tenho dificuldade para digerir toda a informação que me chega, assim como não paro de "buscar" por informação. sou viciado em informação.
na realidade não busco por informação, ela chega até mim (feed do facebook, timeline do twitter, amigos, informações relacionadas etc) e, eu não consigo ignorá-la. algo em mim diz que estou perdendo a oportunidade de saber mais sobre determinado assunto. leio, busco filmes, eventos, notícias e tudo mais. mas quero falar aqui é sobre a música.
em 2002/2003, tive os meus primeiros contatos com a internet. descobri que o mundo é bem grande (ainda não tenho noção do tamanho direito, mas comecei a ter noção nessa época) e que existia muita coisa cabulosa que eu precisava descobrir (cultura em geral, mas nesse caso música), assim como o cara que pegou o primeiro navio e quis conhecer o mundo sem um mapa. só havia um problema: papai não tinha dinheiro para bancar uma banda-larga. ok, sofri anos baixando músicas a 5 kbps. até 2007 pra ser exato. [!!]
deu 2008 e meu gosto estava baseado no que eu poderia baixar e conhecer. uma bosta. quem com 16 anos é um cara legal né? mas aí papai fez o favor de colocar uma internet decente pra eu poder brincar de pirata (no sentido literal e não-literal) e então eu comecei, sem muitas pretensões. eu só pensava "vou poder ter acesso ao que eu quiser".
desde esse ano, venho clicando em tudo que vejo pela frente. ouvindo todos os links que chegam pra mim de alguma maneira. 2009 tive contato com bandas que se tornaram algumas das minhas favoritas. como um constante ser metamorfo, mudei de opinião em relação a algumas coisas, mas nesse ano comecei a entender o que eu queria da música. mas acima de tudo, queria conhecer tudo e poder formar as minhas opiniões.
baixava tudo que eu achava obrigatório conhecer. separava em pastas que diziam no nome "curti", "não curti", "posso vir a curtir um dia". ótimo, assim, ouvia um pouco de cada coisa e já deixava separado. as coisas que eu tinha curtido, era só clicar lá em qualquer momento que era sucesso. o resto eu gravava em discos compactos (DVDs). sim, eu gravava desde o que eu achava que podia curtir um dia (pra dar uma ouvida daqui uns tempos e ver se minha opinião mudou. o que aconteceu de fato, então foi uma boa tática) até as coisas que eu achava uma merda (simplesmente por ser um colecionador babaca e não querer disperdiçar o que eu baixo, o que anos atrás, era sacrificante. eu dava e dou muito valor pra essas coisas. afinal, vai que um dia não tenhamos mais acesso livre as coisas na internet, né?).
eu fazia isso porque não existe HD com capacidade infinita. então, gravados em DVDs, eu podia deletá-los da minha discologia. (sim, eu não gravava o que eu curtia. burrice? sim. mas esse é outro assunto). então a minha mente funcionava da seguinte maneira: meu gosto musical está baseado naquilo que meu HD suportava. e como eu baixava muita coisa, eu não podia estar curtindo todas elas. eu sei, mediocridade, mas o quê é que eu poderia fazer? eu não sabia que funcionava, isso simplesmente acontecia sem a minha percepção.
depois de umas tretas incluindo perda total de HD lotado de informação (diretamente ligado a minha burrice comentada acima), eu comprei um HD que me permite ter aqui o que eu quiser. então somente esse ano, eu fui me permitir gostar e entender de outros estilos musicais. meu mundo se abriu muito, descobri que gosto de coisas extremamente opostas, ao mesmo tempo. desfruto de estilos musicais que parecem inusitados se comparados aos que eu ouvia. voltei a ser "eclético", mas dessa vez, com mais propriedade. tudo isso por causa da capacidade de um HD. isso, claro, não foi pensado. simplesmente aconteceu, e só depois de acontecer que percebi.
percebe o tipo de influência que viver a fase formadora de opiniões nessa década trouxe pra mim? eu mesmo só pude perceber há alguns meses. é claro que não é exatamente assim como parece, mas essa é a ideia. imagina o tipo de pessoa que as crianças que vivem nessa época vão se tornar... elas serão muito diferentes da gente, verão as coisas de maneiras diferentes e, acima de tudo, formarão opiniões de maneira diferente. claro, isso tudo é óbvio, a época sempre influencia. mas foi assustador quando eu percebi diretamente em como agiu em mim. esse foi só um exemplo, imagina o que acontece por aí.
ansiedade, uma dos problemas que muita gente enfrenta principalmente por morar em cidade grande e consequentemente ser "vítima" da globalização. ser obrigado a estar de pé desde cedo, correr para que tudo dê certo, ter pressa na maioria dos feitos, fazer cara bonita pra não se foder, disfarçar seus gostos e vontades e, ao mesmo tempo, receber e digerir toda a informação que nos chega, são, respectivamente, o que esses fatos nos trazem.
sou uma vítima da ansiedade. não só tenho dificuldade para digerir toda a informação que me chega, assim como não paro de "buscar" por informação. sou viciado em informação.
na realidade não busco por informação, ela chega até mim (feed do facebook, timeline do twitter, amigos, informações relacionadas etc) e, eu não consigo ignorá-la. algo em mim diz que estou perdendo a oportunidade de saber mais sobre determinado assunto. leio, busco filmes, eventos, notícias e tudo mais. mas quero falar aqui é sobre a música.
em 2002/2003, tive os meus primeiros contatos com a internet. descobri que o mundo é bem grande (ainda não tenho noção do tamanho direito, mas comecei a ter noção nessa época) e que existia muita coisa cabulosa que eu precisava descobrir (cultura em geral, mas nesse caso música), assim como o cara que pegou o primeiro navio e quis conhecer o mundo sem um mapa. só havia um problema: papai não tinha dinheiro para bancar uma banda-larga. ok, sofri anos baixando músicas a 5 kbps. até 2007 pra ser exato. [!!]
deu 2008 e meu gosto estava baseado no que eu poderia baixar e conhecer. uma bosta. quem com 16 anos é um cara legal né? mas aí papai fez o favor de colocar uma internet decente pra eu poder brincar de pirata (no sentido literal e não-literal) e então eu comecei, sem muitas pretensões. eu só pensava "vou poder ter acesso ao que eu quiser".
desde esse ano, venho clicando em tudo que vejo pela frente. ouvindo todos os links que chegam pra mim de alguma maneira. 2009 tive contato com bandas que se tornaram algumas das minhas favoritas. como um constante ser metamorfo, mudei de opinião em relação a algumas coisas, mas nesse ano comecei a entender o que eu queria da música. mas acima de tudo, queria conhecer tudo e poder formar as minhas opiniões.
baixava tudo que eu achava obrigatório conhecer. separava em pastas que diziam no nome "curti", "não curti", "posso vir a curtir um dia". ótimo, assim, ouvia um pouco de cada coisa e já deixava separado. as coisas que eu tinha curtido, era só clicar lá em qualquer momento que era sucesso. o resto eu gravava em discos compactos (DVDs). sim, eu gravava desde o que eu achava que podia curtir um dia (pra dar uma ouvida daqui uns tempos e ver se minha opinião mudou. o que aconteceu de fato, então foi uma boa tática) até as coisas que eu achava uma merda (simplesmente por ser um colecionador babaca e não querer disperdiçar o que eu baixo, o que anos atrás, era sacrificante. eu dava e dou muito valor pra essas coisas. afinal, vai que um dia não tenhamos mais acesso livre as coisas na internet, né?).
eu fazia isso porque não existe HD com capacidade infinita. então, gravados em DVDs, eu podia deletá-los da minha discologia. (sim, eu não gravava o que eu curtia. burrice? sim. mas esse é outro assunto). então a minha mente funcionava da seguinte maneira: meu gosto musical está baseado naquilo que meu HD suportava. e como eu baixava muita coisa, eu não podia estar curtindo todas elas. eu sei, mediocridade, mas o quê é que eu poderia fazer? eu não sabia que funcionava, isso simplesmente acontecia sem a minha percepção.
depois de umas tretas incluindo perda total de HD lotado de informação (diretamente ligado a minha burrice comentada acima), eu comprei um HD que me permite ter aqui o que eu quiser. então somente esse ano, eu fui me permitir gostar e entender de outros estilos musicais. meu mundo se abriu muito, descobri que gosto de coisas extremamente opostas, ao mesmo tempo. desfruto de estilos musicais que parecem inusitados se comparados aos que eu ouvia. voltei a ser "eclético", mas dessa vez, com mais propriedade. tudo isso por causa da capacidade de um HD. isso, claro, não foi pensado. simplesmente aconteceu, e só depois de acontecer que percebi.
percebe o tipo de influência que viver a fase formadora de opiniões nessa década trouxe pra mim? eu mesmo só pude perceber há alguns meses. é claro que não é exatamente assim como parece, mas essa é a ideia. imagina o tipo de pessoa que as crianças que vivem nessa época vão se tornar... elas serão muito diferentes da gente, verão as coisas de maneiras diferentes e, acima de tudo, formarão opiniões de maneira diferente. claro, isso tudo é óbvio, a época sempre influencia. mas foi assustador quando eu percebi diretamente em como agiu em mim. esse foi só um exemplo, imagina o que acontece por aí.
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
sossegar (the one with the wurlitzer)
"My Last Day of August."
uma casa e um único desejo de não estar lá
que batia a cada vez que se lembrava do dia anterior.
cercado de almas anêmicas, tudo tão contrastante.
é confortante saber que, mesmo que tudo esteja fora do lugar, as notas sempre estão no lugar em que deveriam estar. soando como deveriam soar.
tudo está no lugar novamente. mas ah, e...?
esquece. está no lugar.
a cada memória, um trago, um beijo. um beijo de até mais, de adeus ou?
um beijo.
satisfação, onde estarás?
tão perto né?! engraçado sentir que está tão longe.
lamentável.
talvez não exista mais tanto sossego
talvez ele esteja tão grande que tenha se fundido com a falta de otimismo.
seu carinho é facilmente
o melhor de todos.
domingo, 28 de agosto de 2011
futuro insistente
durante 7 dias teve o prazer de experimentar o ar mais irracional que já experimentou. -afinal, cada momento presente cresce sobre cada momento passado. (quando comparados no momento exato, caso não, seria ao contrário.)-
de desfrutar do colorido do mundo, sem pieguices.
mas assim como a vontade de escrever, o preto e branco tinge novamente o quê ele sabe que não é pra ser daquela cor.
apesar que, a escrita necessita de um preto e branco. preto no branco, branco no preto.
escrever é tornar preto e branco algo que é colorido.
não é gratificante saber que, a cada palavra escrita, menos chances de reverter algo terá.
palavras afastam.
não quer mais se fazer de palavras.
apesar que, assim como expulsará seus encostos?
escreverá em segredo? uma boa. afinal, quem lê isso?
de desfrutar do colorido do mundo, sem pieguices.
mas assim como a vontade de escrever, o preto e branco tinge novamente o quê ele sabe que não é pra ser daquela cor.
apesar que, a escrita necessita de um preto e branco. preto no branco, branco no preto.
escrever é tornar preto e branco algo que é colorido.
não é gratificante saber que, a cada palavra escrita, menos chances de reverter algo terá.
palavras afastam.
não quer mais se fazer de palavras.
apesar que, assim como expulsará seus encostos?
escreverá em segredo? uma boa. afinal, quem lê isso?
terça-feira, 5 de julho de 2011
quinta-feira, 9 de junho de 2011
glamour
desde que os seus passos deixaram de ser ouvidos, sua preocupação em se rebelar diminuiu até se tornar quase nula.
e então ele apaga toda a sua pretensão.
pretensão.
tanto tempo, quem diria que mudou? eu não diria, ele não diria. um de nós precisa achar isso, ao menos. como fazer pra corrigir, sem apagar?
se vê jogado no chão, esperando pela oportunidade de segurança, disperdiçando todas as oportunidades futuras. trocando todo o futuro, mais uma vez, pelo presente. na verdade, neste caso, pelo passado. glamour. não vê chances de dividir seu pré-sossego momentâneo, então faz todo o sacrifício. talvez seja em vão, mas o quê mais pode fazer este homem que só busca leveza?
sentimentos de volta, outro universo, sopro nos ouvidos.
malas pesadas leva este homem, uma delas contém futuro e a outra contém o passado. nos bolsos leva culpa e orgulho, mas não pode se livrar dos pesos. afinal, a sua viagem ainda continua.
pretensão.
tanto tempo, quem diria que mudou? eu não diria, ele não diria. um de nós precisa achar isso, ao menos. como fazer pra corrigir, sem apagar?
se vê jogado no chão, esperando pela oportunidade de segurança, disperdiçando todas as oportunidades futuras. trocando todo o futuro, mais uma vez, pelo presente. na verdade, neste caso, pelo passado. glamour. não vê chances de dividir seu pré-sossego momentâneo, então faz todo o sacrifício. talvez seja em vão, mas o quê mais pode fazer este homem que só busca leveza?
sentimentos de volta, outro universo, sopro nos ouvidos.
malas pesadas leva este homem, uma delas contém futuro e a outra contém o passado. nos bolsos leva culpa e orgulho, mas não pode se livrar dos pesos. afinal, a sua viagem ainda continua.
quarta-feira, 25 de maio de 2011
sexta-feira, 11 de março de 2011
maldito.
maldito tempo frio que deixa essa doença do alheio.
no verão acordo querendo conquistar o mundo.
no verão acordo querendo conquistar o mundo.
terça-feira, 1 de março de 2011
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
sozinho
fingir que não está sozinho.
está sozinho.
sempre estará sozinho.
mesmo quando não estiver sozinho.
estará sozinho.
mesmo sozinho com outra pessoa que também está sozinha.
estará sozinho.
não consegue se juntar a alguém porque se sentirá sozinho.
não considera a hipótese de fingir não estar sozinho.
então continuará sozinho, sozinho.
morrerá sozinho.
viverá sozinho.
porque não há nada além do sozinho.
está sozinho.
sempre estará sozinho.
mesmo quando não estiver sozinho.
estará sozinho.
mesmo sozinho com outra pessoa que também está sozinha.
estará sozinho.
não consegue se juntar a alguém porque se sentirá sozinho.
não considera a hipótese de fingir não estar sozinho.
então continuará sozinho, sozinho.
morrerá sozinho.
viverá sozinho.
porque não há nada além do sozinho.
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
mais uma do senhor óbvio
passamos a vida toda nos preparando para algo que nunca chega. e que se chegasse, não estaríamos preparados.
sábado, 22 de janeiro de 2011
uma reflexão.
louco: aquele que possui o dom que a mente humana é incapaz de compreender: o ato espontâneo. livre de qualquer processo de elaboração.
sábado, 8 de janeiro de 2011
"We burned it all."
So fire it is,
to make our dark streets clean again
like a 'reset' button on our lives,
like hands of god
just dusting off the blackboard...
and with all we've worked for gone,
and all we cherished lost, we can start again.
So play your violin and breathe the sulphur in
take it on the chin as London sheds its skin.
Play your violin and try to hide your grin
as it burns away your sin, and London sheds its skin
"where are our churches and libraries? where are our books and our memories?"
"We burned it all..."
" [...] We burned it all."
Reuben.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
impaciência no meio de um episódio
perdi tudo.
desde o sorriso no rosto, ao prazer nos dedos.
perdi o vício, mas ironicamente, continuo viciado.
perdi o foco a ponto de jogar um punhado de frases aqui que só façam sentido pra mim. frases que, juntando todas, não especifique nada mais do que uma maneira de dividir meu tédio.
metas? minha única meta é a de que esse texto não fique muito grande. não pelo leitor, claro. é que quero voltar a ver House M.D. o mais rápido possível.
quando me dou conta de que ainda existo, penso seriamente se sou, fui ou serei um idiota.
admiro muito um quadro que ao meu ver, trata disso. nunca fui ligado a esse tipo de arte e eu posso estar sendo ignorante. nunca me meti a pintar, ter dons nunca foi o meu forte.
nasci para ser fracassado. as vezes penso se gosto disso ou se é a única opção que me resta.
por essa ironia do destino, não tenho mais nenhuma foto.
tenho medo de nunca mais poder me sentir assim. esse é o meu dilema. esse é o meu karma.
alguns diriam que não perdi tudo. me soa irônico quando dizem "relaxa, você sobrevive." pelo simples motivo de isso não me fazer o menor sentido. acredita no quê? que eu tenha que morrer para ficar triste e me entregar?
sobreviver não é nenhuma vitória. fui ferido o máximo possível, mas é óbvio que não me mataria. só se eu mesmo acabasse com a minha vida. mas nesse caso continuaria sendo julgado pela moral. belo conceito esse de não abalar-se por nada, se desse certo.
perdi tudo. o que me resta agora somente é viver relembrando o passado. lamentando. afinal, insistir em viver não é nada mais do que tentar trazer ao presente o que tinha no passado. o futuro não me interessa. não é que eu tenha medo, é que eu realmente queria aprender a gostar de mentiras. o passado sendo bom ou não, me satisfaria. passado é passado, e por ser, foi. e por ter sido, deprimente.
perdi tudo, mas ironicamente, não sinto muito a falta. essa é mais uma das provas de como somos seres adaptáveis. essa é mais uma das provas de que não somos nada, além do físico. mais uma das provas do quão errados estamos ao deixar nossa inteligência ver e respirar o ar do mundo. e é me contradizendo a cada frase que vou a vida empurrando com a barriga. deixando 1979 do Smashing Pumpkins me fazer refletir why não largo o mouse.
desde o sorriso no rosto, ao prazer nos dedos.
perdi o vício, mas ironicamente, continuo viciado.
perdi o foco a ponto de jogar um punhado de frases aqui que só façam sentido pra mim. frases que, juntando todas, não especifique nada mais do que uma maneira de dividir meu tédio.
metas? minha única meta é a de que esse texto não fique muito grande. não pelo leitor, claro. é que quero voltar a ver House M.D. o mais rápido possível.
quando me dou conta de que ainda existo, penso seriamente se sou, fui ou serei um idiota.
admiro muito um quadro que ao meu ver, trata disso. nunca fui ligado a esse tipo de arte e eu posso estar sendo ignorante. nunca me meti a pintar, ter dons nunca foi o meu forte.
nasci para ser fracassado. as vezes penso se gosto disso ou se é a única opção que me resta.
por essa ironia do destino, não tenho mais nenhuma foto.
tenho medo de nunca mais poder me sentir assim. esse é o meu dilema. esse é o meu karma.
alguns diriam que não perdi tudo. me soa irônico quando dizem "relaxa, você sobrevive." pelo simples motivo de isso não me fazer o menor sentido. acredita no quê? que eu tenha que morrer para ficar triste e me entregar?
sobreviver não é nenhuma vitória. fui ferido o máximo possível, mas é óbvio que não me mataria. só se eu mesmo acabasse com a minha vida. mas nesse caso continuaria sendo julgado pela moral. belo conceito esse de não abalar-se por nada, se desse certo.
perdi tudo. o que me resta agora somente é viver relembrando o passado. lamentando. afinal, insistir em viver não é nada mais do que tentar trazer ao presente o que tinha no passado. o futuro não me interessa. não é que eu tenha medo, é que eu realmente queria aprender a gostar de mentiras. o passado sendo bom ou não, me satisfaria. passado é passado, e por ser, foi. e por ter sido, deprimente.
perdi tudo, mas ironicamente, não sinto muito a falta. essa é mais uma das provas de como somos seres adaptáveis. essa é mais uma das provas de que não somos nada, além do físico. mais uma das provas do quão errados estamos ao deixar nossa inteligência ver e respirar o ar do mundo. e é me contradizendo a cada frase que vou a vida empurrando com a barriga. deixando 1979 do Smashing Pumpkins me fazer refletir why não largo o mouse.
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